Fui vítima de assédio moral no local de trabalho. Uma chefe desequilibrada gritava comigo em público e me gerou um sentimento terrível. Eu tinha apenas 19 anos, mas já sabia que ninguém merecia passar por isso. Também atuei em um grande veículo de comunicação, onde os erros cometidos pelos profissionais ficavam girando num painel destacado em vermelho. Vergonhoso.
Quando me formei na faculdade já sabia o que não queria para mim. Comecei a formatar na mente o que eu queria. E fui realizar. Dois anos depois, eu e minha sócia – que é uma grande amiga até hoje – abrimos a Lucky Assessoria de Comunicação. Objetivo? Criar uma agência que oferecesse oportunidades de trabalho a mulheres. Oportunidades a recém-formadas, vindas de faculdades menos renomadas, casadas, solteiras, mães, onde pudessem aprender, se desenvolver e serem tratadas com respeito.
O ano era 1994. Outro século, outros modos, outros comportamentos. O sonho do empreendedorismo feminino era bem mais complicado do que nos dias atuais. Além disso, a precária tecnologia da época nos obrigava a mandar textos e textos via Correios e fax, num longo processo que hoje se resume a um clique.
A Lucky nasceu junto com o Plano Real! Difícil descrever a quantidade de coisas que aconteceram desde então. Tudo isso, pensando que no Brasil a taxa de mortalidade das empresas chega a 40% antes de completarem cinco anos, devo considerar que realmente foi uma tarefa de Titã.
Muitos momentos difíceis. Será que vou conseguir? Migração de Turismo para Franquias. Crises econômicas no Brasil. Passamos por tudo. Não sem feridas, é claro. Mas estas viraram cicatrizes, das quais nos orgulhamos hoje. Significam o que superamos.
O impressionante fechamento de diversos veículos impressos junto o advento das redes sociais e influencers, me fizeram temer pelos rumos da assessoria de imprensa. Tudo isso, somado à pandemia que assolou o mundo. Quem resistiria?
A Lucky Assessoria resistiu. A resiliência foi fundamental. Uma equipe competente e humanizada, que no decorrer dos anos foi se profissionalizando de tal forma, a tornar-se uma das maiores referências de assessoria de comunicação para franquias no país. Que honra.
Hoje, agradeço por tudo. Pela primeira locação, primeiro cliente, primeiro incentivo. O reconhecimento de tanta dedicação. Um trabalho realizado por amor.
E, de repente 30. Realmente, nunca foi sorte, sempre foi Lucky.