A foto que ilustra esse texto retrata um momento muito importante. Apesar de eu quase não aparecer (foquem numa carinha no cantinho esquerdo), é a única lembrança que tenho das aulas de redação na faculdade. Início dos anos 90, quando computadores ainda custavam uma quantia fabulosa, os alunos tinham que treinar suas habilidades com as duras máquinas de escrever. Errava? Tinha que recomeçar! Saudade daquele tempo.
Hoje, quando se comemora o Dia do Jornalista, sinto a necessidade de homenagear minha classe e tudo o que envolve a tão antiga e tradicional contação de histórias. Porque é isso o que fazemos: pegamos um assunto qualquer e transformamos em um texto, uma informação, uma matéria.
Dia desses, conversando com uma jovem jornalista, ela me disse que resolveu seguir a profissão porque sempre gostou de contar histórias. Eu concordo. Também sempre gostei. Mas, acima de tudo, sempre gostei de ouvir boas histórias. Sou assim até hoje. Afinal, somos todos Filhos da Pauta. Filhos de narrativas bem contadas, de gente interessante e que se interessa. Não há como passar uma informação para frente de forma atraente sem ser fã de um bom ‘causo’.
Meu primeiro desejo era ser repórter televisiva. Me lembro até hoje quando disse ao meu pai: quero ser jornalista. Ele era contra, afinal, ser advogada parecia muito mais promissor. Mas, quem disse que eu escutei? Graças a Deus que não, pois tenho uma relação de amor profundo com a escrita e não consigo ver minha vida profissional sem ela.
Hoje, como CEO de uma reconhecida assessoria de comunicação, me vejo à frente de muitos cases contados, uns mais, outros menos marcantes. Mas todos muito importantes, afinal, são o relato da vida ou do trabalho de alguém. Tudo contado com muita representatividade e responsabilidade.
A data de hoje, 7 de abril, lança um olhar sobre a mídia no Brasil, já que o Dia do Jornalista é uma homenagem à fundação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em 1908. Uma entidade que nasceu para defender a liberdade de imprensa, que é base de uma sociedade democrática. Sem informação, não existe solução.
Então, “O que”, “Quando”, “Como”, “Aonde” e “Porque”, seguem sendo indagações essenciais para uma comunidade mais informada, que pode tirar suas próprias conclusões a partir dos fatos narrados. É claro que a disseminação de Fake News é hoje o grande ‘Calcanhar de Aquiles’ da imprensa, mas a disposição pela verdade deveria ser a busca de todos os cidadãos sobre as questões que afetam diretamente suas vidas.
O jornalismo sério apura e forma opiniões através de entrevistas, reportagens, artigos. Somos artesãos que moldam e auxiliam as escolhas de cada um. Damos voz a empresas, minorias, grupos sociais, indivíduos. Como assessores, servimos de ponte para que todos possam ser ouvidos.
Então, hoje homenageio aquela menina de 17 anos que fui e que escolheu ser jornalista, homenageio a importância desse trabalho e faço um convite para que todos imaginem a vida sem informação. Festejar essa data é essencial na construção de uma sociedade mais informada, justa e democrática.