IA e a Turma da Mônica: Onde Está o Limite?

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O criador da Turma da Mônica diante das imagens de IA

Quem poderia imaginar que, no final dos anos 50, aqueles personagens incríveis, criados pelo mito Mauricio de Sousa, fosse ter algum tipo de polêmica com uma coisa chamada Inteligência Artificial? No auge de seus 89 anos, Maurício nunca poderia imaginar que a vida poderia mudar tanto em 66 anos? Nem a mais inteligente das criaturas poderia prever a existência da IA.

Falo isso porque, nos últimos dias, as redes sociais foram tomadas por publicações em forma de desenho que imitam com precisão o estilo da Turma da Mônica. Criadas com o auxílio de ferramentas de inteligência artificial, essas produções foram milhares de vezes repetidas e despertaram a atenção do público e da imprensa por reproduzirem os traços característicos do gênio Maurício.

A fronteira delicada entre arte e automatização

As imagens criadas por IA, embora tecnicamente bem executadas, levantam questões importantes sobre a fronteira entre inovação tecnológica e a proteção dos direitos autorais no campo das artes visuais. Os traçados do autor, característica ímpar de sua história sendo copiada de maneira tão fácil ao simples digitar de alguns comandos.

Não dá para negar que a qualidade estética das representações. Pessoas comuns e até famílias inteiras parecem ter saído da Vila do Limoeiro. Os personagens, cenários e formas de expressão são replicados com detalhamento impressionante. Mas, e os direitos do criador? O debate sobre patentes e ética é longo e ainda não existem leis que realmente regulamentam essa questão.

A psição da MSP diante das imagens de IA

A Maurício de Sousa Produções, empresa oficial da turminha, se manifestou oficialmente sobre o tema. Em sua nota, reforça que acompanha com atenção os impactos da inteligência artificial na produção cultural e artística, reconhecendo seu valor para o setor. Como ter uma postura diferente perante algo inevitável?

No entanto, a MSP também ressalta que a criação automatizada não pode ignorar o respeito à originalidade, à autoria e ao legado de décadas de trabalho artístico. Falamos aqui de responsabilidade proporcional ao seu alcance. Assunto delicado. A MSP falou, ainda, que irá recorrer aos meios legais para coibir o uso não autorizado de seus personagens e do estilo gráfico que caracteriza sua obra.

Nesse caso, as imagens criadas por I.A, quando utilizadas sem autorização, passam a ser tratadas como violação dos direitos de propriedade intelectual. Esta decisão é apenas o começo que marca uma mudança de postura clara e estabelece um precedente relevante para a regulamentação do uso da inteligência artificial no setor criativo.

Então, em meio a tudo isso, há muito o que se trabalhar sobre a relação direitos autorais x reprodução automatizada. Há ou não a intenção de copiar sem pagar? As imagens criadas podem ser perfeitas, mas não necessariamente originais — pois carecem da vivência que transforma técnica em expressão, ou seja, a máquina junta o que humanos fizeram em centenas de anos.

Avanço tecnológico com responsabilidade e respeito

O ideal é estabelecer uma boa convivência entre o avanço tecnológico e a real manifestação artística. Esse tema sério envolve muitas questões que ainda são encobertas pelo véu da ignorância digital. Tudo o que é e será criado através da IA terá uma evolução muito rápida. A solução entre criadores e desenvolvedores de tecnologia só virá com políticas claras e respeito. Maurício de Sousa pode até ser “copiável”, mas sempre será Maurício. Quem será o grande “pai” das obras que ainda estão por vir, tecnologicamente falando? Fica o questionamento.

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