Ensinar tem mais a ver com empatia do que com currículo

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Empatia

Necessário ter empatia, para ser mestre.

LUCKY EM PAUTA – Estou para escrever esse texto há algum tempo. Às vezes, caio num buraco de falta de criatividade e tenho dificuldades para sair dele com a certeza de voltar a fazer as coisas com qualidade. Você entende como eu me sinto? Isto é empatia.

Sim, escrever é meu dom, mas sem imaginação, a excelência vai para o brejo e deixa de fazer sentido. Justamente num mês importante como outubro, onde tivemos comemorações de Dia das Crianças, dos Professores e dos Médicos, o artigo tem que ser bom, passar uma mensagem importante e falar com quem está lendo de maneira muito direta.

Então, para ilustrar as ideias de hoje, vou contar aqui duas histórias que têm a ver com um tipo de empatia que vai além do que se aprende na vida acadêmica.

Há quase um ano eu voltei a fazer exercícios. Não porque eu ame, mas por necessidade. Depois dos 50, tudo pode acontecer e fazer uma atividade física faz o corpo reagir e voltar a ter disposição. Mas já tive aqueles dias em que acordei sem motivação. Noite mal dormida, preocupações, falta de ânimo. Mas disse para mim: – vamos embora treinar, porque, afinal, sua personal está te esperando!

Lembro que ela – Aline, a personal – logo percebeu a expressão de “abatimento” no meu rosto. Treino de membros superiores, menos mal… Mas o tal mal estar estava tão notável, que até uma energia negativa pesou no ambiente. Com direito a bocejos sem fim. Foi então, que Aline, indo além de sua capacitação, foi buscar um livrinho motivacional e me fez abrir uma página, ao acaso.

A mensagem, encaixando como uma luva, me trouxe a reflexão do quanto podemos modificar o dia e até a vida de alguém, se nos focarmos um pouco nos sinais que o outro emana. Isso vale tanto na vida pessoal, quanto na profissional.

É sobre ser humano!.

Uma das melhores lembranças da minha vida vem de anos atrás, quando tive a melhor professora que alguém possa ter tido na vida. Quando eu tinha apenas nove anos de idade, D. Takako modificou minha autoestima de uma maneira tão extraordinária, que eu colho os frutos e tento replicar até hoje em diversos aspectos. É sobre ser humano, superando expectativas do ser profissional.

Aline me lembrou Takako. Não tenho mais nove anos, nem teve a ver com autoestima, mas foi além do resultado acadêmico. Entrar no universo do outro pode trazer resultados extremamente positivos, em todos os sentidos possíveis.

Isso vale para todas as profissões, mas um professor que consegue “ler” seu aluno, tem um retorno muito acima da média, treinando-o para replicar isso em sua vida. Digo isso com convicção, pois sempre tentei trazer os conhecimentos da D. Takako para minha profissão de assessora de imprensa, onde a troca de contato diário segue uma rotina que exige “enxergar” o outro.

O cliente quer aparecer, o jornalista precisa de pauta e o assessor necessita da publicação. O que deveria ser uma relação perfeita, tem muitos percalços pelo caminho, justamente porque, de vez em quando, falta empatia. É a tal história das sandálias do pescador.

A grande questão é que tenho exemplos de professores que usam o interesse pelo aluno como um recurso extraordinário para alcançar desempenhos mais altos. Será que se adotarmos em nossas relações os recursos como os da professora Takako (essa história vale um outro artigo, isolado) e os da Aline, passaríamos a obter respostas melhores?

Por aqui, pelo menos, a vontade de escrever voltou. Minha inspiração é o dia-a-dia, a rotina, as pessoas que circulam à minha volta. E você, leitor? Lembra de algum dia em que se sentiu assim, desmotivado? Como saiu dessa? O que te motiva?

Luciene de Oliveira

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